quinta-feira, 30 de junho de 2011

A raiva atropelou...

Os dedos vacilam em tremores, o coração palpita sem ritmo, os olhos cerrados olham um ponto fixo e a voz impõe o que o outro duvida. A raiva consome em devaneios palavras sem melodia em um tom acima do usual. Já no espelho a imagem da lembrança tantas palavras ensaiadas, então digo "Olá" no casual disfarce e você diz "E aí" sem ciladas, eu até já sei que o silêncio não fracassa, impede. Remeto-me ao texto que criei hoje vacilante sobre seus erros, as sílabas desconexas tomam forma e digo teus defeitos, somando os teus anseios. A raiva atropelou o meu amor e pensei que morrer ele iria. É fim de noite quase dia e você me vem sorrindo à toa dizendo:"Ô minha menina, fica tranquila". Diz até lembrar de uma canção que me leva até você, e sorri-me fácil contente em me ouvir. Nem raiva, nem fim, meu amor levanta do atropelo, sacode-se sem lamento e veja só sorri ingrato acolhido por um encanto que nasce quando um sorriso teu muda o rumo do relógio e para o tempo.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Ator sem personagem

Corta o pano da cortina do teatro
Pega retalho, cobre face, cobre o corpo
Tem tanta gente na platéia sem sorrir
Observam a comédia da mentira sumir
Sumiu, sumiu! Por que não sorriram?
Pegue as máscaras que no chão estão
Os cacos de um antigo personagem
Não deixes que tristes se vão
Tenha coragem de mostrar o resto do teu ser
Que há muito já não é.
Jogaram-lhe uma flor sem cor
Mas se flor é invente o que não tem
Cheiro, cor para a flor
Pense que jogaram sem cor por amor
Se ator é crie o que deixou de ser
A platéia quer levantar sem sorriso oferecer
Então corra na caixa que caixa já não é
E pegue um personagem sem você ser
Antes que pensem em tragédia
Que ator sem personagem tragédia é.

sábado, 18 de junho de 2011

Da madrugada... Você!

Vou te tocar e ter mais de você
Jogar o conhaque fora e ficar pra ver
Todo o drama do teu nobre querer
Eu vejo você chamando a mim
E teu corpo é tão quente
Vou ficar por aqui!
Me dispa e sinta meu breve chamado
Sem você meu bem, sou só um ímpar 
Um ímpar vencido, sem ter vitória à gritar
E eu grito seis, mais três que nove fica
E eu aceito, blefo com espadilha na mão
Mas na nossa vontade é só a gente que ganha
Ganha o sussurro e o grito de amor
Mas você já sabe que ganhando ou perdendo
O vinho acaba e quando acaba a gente se deita
É deitada que grito você, e é só você todo o tempo
O tempo invertido parece um nunca mais
Nunca mais vou dizer tchau
Só se amanhã não gritar meu nome
Mas grite sim, em tremor e em vontade
Grite meu nome meu nobre querer
Peça você dentro do meu eu,
Pois peço você comigo fora do teu ser!

terça-feira, 7 de junho de 2011

Espero que não morra a minha flor, espero que não morra o meu amor.

Hoje o dia amanheceu quente e eu pra fugir da mesmice e tentar uma nova sensação decidi plantar uma semente. Essa semente eu ganhei de mim mesma, foi um presente que me dei semana passada quando sem entender tive uma vontade enorme de comprá-la, escolhi a semente da flor Adônis e o motivo eu ainda não sei, a variedade era muita, mas aquela flor sem motivo especial me encantou e logo parecia que dentre todas as flores aquela era a mais bonita, a mais singela. Peguei a semente e trouxe pra casa, mas sendo só um grão eu não via graça nenhuma, passei os olhos nela e não vi encanto nenhum, sem saber o que fazer com ela a guardei em uma caixinha. A semana se passou e hoje assim que acordei fui até a caixinha e peguei a semente, eu decidi plantá-la. Não queria mais vê-la dentro de uma caixinha, eu queria cultivá-la. Primeiro eu procurei uma latinha e a enfeitei, isso só pra ficar agradável de olhar, depois coloquei terra lá e em seguida aconcheguei minha semente naquele meio, depois de uns minutos aguei a minha semente,coloquei em cima da mesa da área. Eu estava pensando que talvez ela não vingue, mas isso vai depender da sorte e do quanto eu estou disposta a cultivá-la, terei que aguá-la no inicio do dia e no fim da tarde, depois que ela crescer um pouco terei que mudá-la de recipiente, e sempre cuidar dela, logo terei de adubá-la também e ter muito cuidado com a temperatura, nada de muito sol, nada de muito frio, a temperatura deve ser certa. Sei que é trabalhoso e no fim pode ser que ela morra, mas senti tanto prazer em fazer isso. Me lembrou muito, muito mesmo naquele dia em que resolvi plantar a semente do meu amor em você e você plantou a sua em mim, esse negócio de semente é sempre um risco, mas enquanto for da minha vontade eu irei cultivar minhas sementes, a da minha flor e a do meu amor e se nada vingar eu terei tentado. Mas a minha expectativa é que floresça, se alastre, e seja todo um jardim!