terça-feira, 25 de outubro de 2011

A chuva ainda cai, a distancia ainda aumenta.



Preciso que você entenda que a noite já caiu há algum tempo, assim como ontem e na semana anterior. Nesta noite assim como nos dias passados você não estava aqui, mas não posso culpá-lo, afinal quando o sol nasceu eu também não estava contigo. Entende que sou adaptável? Você precisa aprender que se você sumir assim sinto dor, mas meu corpo sabe como ser inerte tão bem quanto a chuva sabe escorrer. Estamos sem tempo para nós não é mesmo? Não estou triste, estou cansada. Não sei como correr contra o tempo tão exausta assim, correr me desgastaria demais, mas eu sei que preciso. Você está saindo! Esses tempos me assustam. Por isso vou apagar a luz e esquecer-te por hoje, será que amanhã ainda lembro? Não sei se é o escuro, mas agora eu sinto medo.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

"Bela-flor". Flor brotou... Renasci!

                                                                Deixe-me curar do meu proprio mal, deixe-me ver com os olhos da alma...



Meu corpo anda demasiadamente ensopado de sal. E como pode? Tudo começou ontem, ou antes de ontem... Ou será que começou no momento em que nasci? A explicação é simples: não lembro! Mas ultimamente alem do sal que me tempera eu tenho visto flores azuis florir, parece que a primavera chegou! Mas o sol tem desaparecido muito e o céu anda sempre cinza. O mar parou de ter cheiro, as vezes sento lá na pedra e deixo a água molhar meus pés e depois recolher-se, fico esperando a maresia mas não consigo senti-la .  Mas isso não incomoda tanto quanto o que me ocorreu semana passada, o sol resolveu aparecer e apressei-me em ficar ali dourando minha pele, mas mesmo com o sol minha pele e alma não aqueciam. Devo ter perdido a sensibilidade da pele nestes dias tão sombrios. Talvez eu tenha sido envenenada nesses tempos difíceis, mas quem faria isso comigo? Eu sei, talvez tenha sido eu. “Perdão!”, sussurro baixinho, mas eu sei que ainda não ate porque eu já desaprendi a perdoar. Veneno demais entende? E foi eu quem me deixei levar entre esta podre ilusão de vida e eu sabia do veneno que tinha e mesmo assim fui caminhando neste abismo sombrio, fui integrando-me nas garras peçonhentas disto que chamo de sociedade. Odeio a mim por isso, e odiar nada mais é do que o reflexo das minhas veias ensopadas de veneno. Pode ser que eu tenha achado a cura! Mas primeiro tive que olhar dentro de mim para descobrir e depois tive que olhar ao meu redor. Sabe o que encontrei? Uma flor azul! Eu quis arrancá-la de lá e quase o fiz, mas eu sei que estou doente e egoísmo faz parte do veneno.  Afastei-me em desespero da flor e peguei uma caneta...

Tem uma flor que nasceu no parapeito da minha janela, pensei em arrancá-la para te entregar, mas sei que não posso e nem consigo. Não me cabe arrancar dali o motivo do brilho em meus olhos então presentear-te-ei com a minha alegria e os meus sorrisos. Deixo a flor lá, juro que cuido!

O bilhete foi pra mim mesmo, tenho tentado melhorar, arrancá-la de lá pra que? Se essa manhã acordei com vontade de sorrir? E foi por causa da flor. Eu poderia te-la em minhas mãos, mas ela morreria entre meus dedos. Parece que não, mas eu sei que logo estarei contando para a flor azul como é bom dourar a pele, molhar os pés sentindo a maresia, ter a pele e o sorriso doce, ter a alma bonita... Bonita como a flor!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Tenho que confessar

Eu não vou pegar o cigarro hoje porque você não estaria aqui para implicar com a fumaça que eu jogaria em sua face e nem para reclamar do gosto que você diz detestar e ainda assim me foge o controle e me vem você roubando um beijo demorado. Já te disse ontem que tenho medo dos meus olhos ficarem cegos como os teus? Pois digo agora: tenho. E’ que a paixão e’ maluca meu bem, enxergo todos os teus defeitos e ainda assim não desejo refugiar-me em outro canto que não ao teu lado. Eu poderia ir se quisesse, se me fosse mais conveniente ou se a lua fosse mais bonita em outro lugar. Eu poderia andar léguas e sorrir milhares de vezes sem estar ao seu lado, poderia observar a aurora sentada sozinha e achar o momento perfeito, poderia ate’ mesmo engolir toda a solidão que insisto em alimentar. Eu poderia sim partir sem olhar para trás, poderia sim se você não tivesse aberto caminhos por entre minhas feridas e aconchegado-me ao lado dos teus sonhos, poderia sim se você não tivesse visto em mim as maravilhas que nem eu olhando a mim mesma consigo enxergar, porque o meu interior e’ nublado e vive chovendo por aqui, obrigado por ter trazido o sol. E por me fazer querer ser chuva, ser gota, arco-iris e oceano.