domingo, 22 de julho de 2012

Mal me ser

       Olhou um sorriso qualquer e estranhou-se. Aquele corpo já não pertencia a ela, nem aquele lugar. Num giro mal feito quis correr, absurdo é ter que ficar quando não há esconderijos para se refugiar de si mesmo. Na falta de coordenação tropeçou em um pensamento mal formulado e sorriu, ali olhando para as pessoas que ela dizia não conhecer desejou profundo que alguém chegasse no portão e a chamasse para ir para outro lugar. Se apegou no vazio que fica entre a sanidade e o calor da confusão. Por falta de paciência pra esperar levantou-se sem se despedir e saiu. Andou rumo a todas as respostas das dúzias de perguntas que se fazia, subiu em cima de um morro e reparou no por do sol, mais um dia se indo. Amanhã o sol volta e começa tudo novamente. Que seja, depois que a lágrima salgou seus lábios sorriu timidamente e continuou a caminhar, é preciso força e esperança quando não se sabe o seu lugar, quando não se tem respostas. Ela sabe que a caminhada nunca vai cessar, porque quando as respostas que procura forem encontradas outras perguntas irão chegar. Queria ainda se não fosse pedir demais um dia parar de se estranhar.