domingo, 1 de maio de 2011

Espero-te felicidade

Às vezes te espero à meia luz com uma taça de vinho suave em minhas mãos, sabendo que tua chegada é de súbito fico a segurar em meus dedos um cigarro, raramente um vapor barato, só para preencher meus dedos que vacilam sobre mim. Me desnudo olhando a mim mesma no espelho tentando prever o meu semblante quando no meio da escuridão sua silhueta  aparecer, mas nestas noites perdidas tua presença tem tardado de forma brusca e eu fico a imaginar como será a sensação. Sei que quando queres aparece gentil e quando me faço segura de que ficará por longo tempo chega tua partida, não nego que sinto prazer nesses caminhos que se encontram e desencontram, pois enquanto admito tua ausência sei que a presença logo virá. Foi sempre assim. Em antigos dias chegou e lentamente foi retirando meus pés do chão, noutros chegou de surpresa me fazendo cometer loucuras, houve também vezes em que estava ao meu lado e eu só pude perceber quando já havia partido, claro que também não esqueço-me quando sem aviso arrancou-me a roupa e ao nascer do sol já havia sem aviso me deixado. Houve momentos em que as minhas ações eram todas planejadas para sua chegada e hoje já não cultivo planos para te encontrar, apenas espero embriagada ou não, sabendo que logo chegará ao subir da lua ou ao dar lugar ao sol. Estranho é aguardar o que dentro de mim vive, afinal, essa minha espera de você que de dentro vem e de dentro habita insana me faz. Te espero em qualquer lugar mesmo em mim estando, preciso que saia de dentro para que de fora eu te sinta e essa é sua ida e vinda. Tua silhueta minha mente imagina e o teu prazer meu corpo inventa. Felicidade em mim vive, mas também se ausenta e por isso jogo-me ao vento esperando ansiosa por mais uma vez tua chegada. É felicidade, sem você o caos habita!

Um comentário:

ONG ALERTA disse...

A felicidade esta dentro de cada um de nós basta sentir, beijo Lisette.