sexta-feira, 22 de março de 2013

Refugiando-se

[...]
_Ainda está aí?
_Só por enquanto, te escutar e não ter-te me dói.

Silêncio

_Talvez não devesse doer.
_Mas dói.

Silêncio

_Não deveria doer em você, deveria doer em mim.
_Por que em você?
_Porque me canso das tuas manias, você foge escondendo-se e depois me sorri fácil como se nada tivesse acontecido, como se eu pudesse com todas as suas ausências.
_Mas sei que não te doo.
_Não dói e também não doa.
_Como?
_Não dói e nem doa. Nem dor e nem doação.
_Não sei doar, só sei doer. E fico surpresa que ainda não consiga sentir esta dor.
_Por Deus! Chega de tanto dizer sem explicar, e tente se for capaz me clarear que tanta dor é essa que te faço sentir. 
_Também não sei explicar, só sei sentir.
_Tens mania de não saber.
_E você de descobrir minhas manias.

Silêncio

_Se é pra doer você não deveria partir sem motivos.
_Tenho motivos meus, que não cabem a você saber.
_ Você tem medo!
_Provavelmente, até porque todo mundo tem.
_ Não falo desse tipo de medo...
_De qual medo então?
_ Você tem medo de dividir seus medos.

Silêncio
...
...
...

Ao branco novamente

As paredes estão brancas agora. Tirei todos os rabiscos, os poemas sem métrica ficaram por trás da tinta rala. Lembro-me de um dia imaginar minhas palavras nas paredes, invadindo todos os espaços e pensamentos e lembro-me do momento em que este dia chegou, o cheiro das tintas me invadiam e eu em desespero invadia a pintura monótona da parede, distraidamente preenchia com letras inseguras o vazio de antes e no juntar das letras um breve sentimento descrito. Seja como for, isso de guardar sentimentos a vista me deixou desconcertada, não quero mais. Deixei a parede vazia para que meu interior pudesse guardar o que é pra ficar guardado e o que tiver de ser dito será, o que tiver que ser escrito passará para o papel, mesmo que em letras turvas, mesmo que as vezes nem cheguem ao papel e se percam dentro da minha cabeça.  

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Amor ao avesso, amor.

Cômico. Passei noites em claro enquanto a chuva rala fazia minha alma acalmar-se em dias de pensamentos tempestuosos. Chá durante a meia noite e desejei que aquilo passasse um dia, eu pedia uma pequena distração pra que aquilo que era pra ser, mas que nunca seria me deixasse em paz. Eu fiquei pedindo mais sinceridade, mais palavras olho no olho e menos rabiscos de juras em papeis soltos. "Tempo perdido", você quem disse, "ainda é  cedo" supliquei, então se foi. Foi porque quis e porque eu em minha liberdade jamais fecharia portas e janelas. Foi embora dizendo: "Eu to falando de amor e não da sua doença" e hoje os dias são mais irônicos do que antes. No caminho de volta para si encontrou-se finalmente e descobriu que jamais tivera amado até então, dali em diante passou a amar de um jeito peculiar. Aprendeu sozinho: não existe jeito certo de amar. Irônico, hoje as pessoas os observam de lado pensando que talvez um psicologo desse jeito e dizem que sexos iguais não se encaixam, particularmente não opino quanto a isso fico apenas me deliciando com essa ironia que é viver. Hoje é você quem vai ter que dizer que doença é não amar.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Um aviso

Eu gosto de correr entende? Nem que seja só pra sair do lugar então por favor não me prenda, não me atrase, não me obrigue a ficar parada. Me criei menina doce com veneno atrás do olhar, me criei determinada como quem não descansa até conseguir o que deseja realizar. Sinceramente amor eu não vou e nem posso atrasar o meu relógio para que você consiga me acompanhar, portanto querido essa será a sentença: Ou entra no ritmo ou procura outro par. Se o frio bater tomo um café, aqueço-me nas cobertas ou leio um bom livro, a solidão acompanha tão bem certas noites que me esqueço que eu poderia optar por companhia, às vezes acho até que a solidão me cai bem e que combina com meu jeito ensimesmada de ser. O que eu SEI que não me cai bem são esses sentimentos de tempo perdido e mesmo que ter perdido um pouco do meu tempo contigo tenha sido extremamente prazeroso não posso prever quanto mais tempo ainda posso perder. A hora está passando e eu me RECUSO a continuar no mesmo lugar, comece a correr também ou então não mais poderá me alcançar.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Desprendendo.


Pousada sobre o chão pedi pra Terra não me prender assim, pedi baixinho pra que pelo menos vez em quando também me deixasse voar. Eu não quero sentir minhas barreiras e nem perceber minhas limitações. Eu quero mais! Eu quero ser, quero desprender, quero fazer parte. Quero o contato pé descalço sobre o chão e vento desgrenhando cabelo e pensamento. Quero minha pele nua, quero-me pura. Quero a mim como realmente sou em essência.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Perguntando pra pessoa certa

Hoje vou recusar as bebidas e não pegarei a carteira de cigarros. Hoje vai ser eu comigo mesma. Hoje vou me dar o direito de me escutar e mesmo que a verdade doa eu acredito que ela me libertará . O caminho anda tao árduo que eu preciso aprender a não precisar de nada alem da minha fé, o cansaço me atacou a mente e as duvidas são tantas meu amor. Meu amor, meu, eu, agora me refiro a mim. Não se trata mais do seu egoismo, nem das leis de Newton, muito menos dos libertadores números quânticos, se trata do que eu preciso fazer, se trata do que eu tenho que dizer pra mim mesma para que eu saia desse estado de inercia e comece a agir. Ando em corda bamba e venta tanto que eu quase sambo pra me equilibrar e se for de jeitinho ate me divirto antes de cair. Hoje vai ser eu, vai ser silencio pedindo respostas...

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Saudade


Já perdeu a saudade,  
Se perdeu em saudade
Em saudade
Se perdeu com a saudade
Se perdeu pela saudade
Se perdeu
A saudade…