sexta-feira, 22 de março de 2013

Ao branco novamente

As paredes estão brancas agora. Tirei todos os rabiscos, os poemas sem métrica ficaram por trás da tinta rala. Lembro-me de um dia imaginar minhas palavras nas paredes, invadindo todos os espaços e pensamentos e lembro-me do momento em que este dia chegou, o cheiro das tintas me invadiam e eu em desespero invadia a pintura monótona da parede, distraidamente preenchia com letras inseguras o vazio de antes e no juntar das letras um breve sentimento descrito. Seja como for, isso de guardar sentimentos a vista me deixou desconcertada, não quero mais. Deixei a parede vazia para que meu interior pudesse guardar o que é pra ficar guardado e o que tiver de ser dito será, o que tiver que ser escrito passará para o papel, mesmo que em letras turvas, mesmo que as vezes nem cheguem ao papel e se percam dentro da minha cabeça.  

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