Olho assim ausente meio distante de mim. Olho como quem está olhando pela primeira vez e entre as nuances das formas repetidas insiste na possibilidade de se deparar com uma nova cor. Olho como quem já embaçou a vista por chorar. Olho. Enquanto olho recrio, refaço, ressuscito. Creio enquanto olho, mas não creio por olhar. Creio pelo que vem de dentro, pelo que me encosta de fora e depois de crer guardo no olhar, olho como quem olha com fé.
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
sábado, 27 de outubro de 2012
Re(acender)
O incenso queima amor, e não tente apaga-lo novamente. Não hoje, também não permitirei que seja amanhã, não permitirei que você apague nada, nunca mais. Deixei antes porque era frágil, deixei que você apagasse de mim toda e qualquer confiança, deixei que ofuscasse a sinceridade e a pureza daquilo que eu entregava a você. Nunca mais tente diminuir o brilho do meu sorriso com lagrimas. Só permaneça se for pra (re)acender o que você mesmo apagou.
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Breu
Aquele vinho ruim
E aquelas mesmas historias
Um cigarro queimando sozinho no cinzeiro
E eu queimando junto
Um brinde ao desespero
Um brinde a solidão
Me olho no espelho e vejo
Um sorriso embaçado
Meus lábios já salgados
E no olhar breu
O breu do recomeço.
domingo, 22 de julho de 2012
Mal me ser
Olhou um sorriso qualquer e estranhou-se. Aquele corpo já não pertencia a ela, nem aquele lugar. Num giro mal feito quis correr, absurdo é ter que ficar quando não há esconderijos para se refugiar de si mesmo. Na falta de coordenação tropeçou em um pensamento mal formulado e sorriu, ali olhando para as pessoas que ela dizia não conhecer desejou profundo que alguém chegasse no portão e a chamasse para ir para outro lugar. Se apegou no vazio que fica entre a sanidade e o calor da confusão. Por falta de paciência pra esperar levantou-se sem se despedir e saiu. Andou rumo a todas as respostas das dúzias de perguntas que se fazia, subiu em cima de um morro e reparou no por do sol, mais um dia se indo. Amanhã o sol volta e começa tudo novamente. Que seja, depois que a lágrima salgou seus lábios sorriu timidamente e continuou a caminhar, é preciso força e esperança quando não se sabe o seu lugar, quando não se tem respostas. Ela sabe que a caminhada nunca vai cessar, porque quando as respostas que procura forem encontradas outras perguntas irão chegar. Queria ainda se não fosse pedir demais um dia parar de se estranhar.
domingo, 26 de fevereiro de 2012
Andando pelas ruas e lambendo a solidão de novo. Meu coração é cheio e purificado, se me sinto sozinha vez em quando é porque eu quero me sentir assim, me permito e me aceito. Faço amor comigo mesma, penso e desejo. Entende? Nada muda, meu coração é cheio de mim mesma, minha mente nada mais é do que eu me manifestando. Minhas atitudes nada mais são do que eu me sendo. Não sei se foi o vento que trouxe esse frio e sinceramente eu gosto. Ainda não aprendi o que é liberdade, mas me sinto tao livre hoje. Talvez seja o vento... Eu quero ser o vento!
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
Modificar
Ainda deitada com o cabelo molhado. Eu é que não vou perguntar o motivo de andar tão ensimesmada, já avisei que pensar demais é perigoso e olhar dentro de si pode ser assustador as consequências são imprevisíveis. Mas vou deixar de alertá-la, ela não dá ouvidos quando o desejo nasce profundo. Semana passada chegou aqui com o cabelo curto e disse que não estava ligando se as pessoas diziam que ela ficava mais bonita com o cabelo longo, nisso até entendo porque ela já agradou muito aos outros menos a si mesma, mas assim tão de repente? Estranhei. Ela também anda se estranhando falando em mudanças. Ontem pegou o antigo par do tênis All Star e os colocou no pé, anda cismada com coisas antigas e isso é novidade. Saiu dizendo que ia encontrar um jeito de achar um caminho que a levasse em um tempo antigo. E eu? Ora pois, impedir pra que? Se acreditar que ela consegue romper uma linha antiga do tempo a faz feliz melhor deixá-la sonhar. Quando voltou não quis falar, lavou-se e ficou ali pensando, pensando… Isso sim me assusta, tenho medo do que ela fará quando começar a agir.
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Eu não sabia onde queria chegar, não precisamente. Então não venha sussurrar em meus ouvidos o quanto estou perdida, não sei exatamente aonde chegar, eu só sei que quero ir. Quer me seguir? Então se apresse. Eu já disse tantas vezes. Eu vou com ou sem você. Vou sozinha com mil de mim mesma. Vou aos cacos. Vou sorrindo. Vou salgando a face. Meu bem, o que dizer além de que vou? Porque absolutamente, eu vou!
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