quarta-feira, 29 de junho de 2011

Ator sem personagem

Corta o pano da cortina do teatro
Pega retalho, cobre face, cobre o corpo
Tem tanta gente na platéia sem sorrir
Observam a comédia da mentira sumir
Sumiu, sumiu! Por que não sorriram?
Pegue as máscaras que no chão estão
Os cacos de um antigo personagem
Não deixes que tristes se vão
Tenha coragem de mostrar o resto do teu ser
Que há muito já não é.
Jogaram-lhe uma flor sem cor
Mas se flor é invente o que não tem
Cheiro, cor para a flor
Pense que jogaram sem cor por amor
Se ator é crie o que deixou de ser
A platéia quer levantar sem sorriso oferecer
Então corra na caixa que caixa já não é
E pegue um personagem sem você ser
Antes que pensem em tragédia
Que ator sem personagem tragédia é.

Um comentário:

Poeta Insano disse...

Olá Jéssica!

Uma bela poesia, cheia de sentidos figurados. Mas a vejo como um convite à personalidade.
Sendo o que se é, e não o quê a vida como platéia tenta nos moldar a ser.

Um abraço!